quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Luto: anunciaram o falecimento da publicidade!

Em recentes eventos, principalmente promovidos fora do país, alguns especialistas, entre eles, Martin Sorrel, CEO do grupo WPP e Dave Lurh, CEO da Wieden + Kennedy, foram categóricos em decretar: ”A publicidade morreu”. Pra quem ficar curioso, a revista Próxxima dessa semana (27/9)  traz uma matéria sobre o assunto.

Sempre com o discurso de que a internet e as redes sociais digitais estão mudando o comportamento do consumidor. Disso não discordo, realmente plataformas como Facebook, Netflix, Twitter e outros tantos, mudaram a forma como as pessoas interagem entre si e com os conteúdos gerados e publicados. Porém, afirmar que a publicidade morreu, na minha humilde visão, é um pouco demais. Tenho minhas dúvidas quando alguém tenta me convencer de que a publicidade mudará totalmente a médio e longo prazo, quanto mais decretar sua morte.

Posso sofrer de miopia de marketing, como os anciões do mundo coorporativo adoram falar, mas sou enfático em acreditar: “A publicidade passará por transformações, como vêm passando desde sua ascensão, porém, não acredito totalmente em sua morte. Que já está morta então? Não dá.

O simples fato de nem metade da população no Brasil ter acesso a internet já seriam um bom argumento pra começar a discussão. Como posso pensar em personalização de conteúdo, big data e muitos outros termos marketeiros se uma boa parte da população não tem acesso à energia elétrica?

Os formatos apresentados por muitos CEO, principalmente do mercado de tecnologia, podem até ser válidos nos EUA, em alguns países da Ásia e outros da Europa, mas nos países subdesenvolvidos, como o Brasil, o formato tradicional de publicidade e propaganda se manterá por muitos e muitos anos. As agências vão incorporar novas ferramentas, novos cargos serão criados, novos formatos surgirão, mas nada a de sepultar alguns formatos básicos de publicidade.

Assim como o rádio não morreu, o jornal não morreu, nem mesmo a listinha telefônica impressa morreu, não consigo assimilar que tudo dará lugar a tecnologia e a internet.

Ainda há muitas barreiras pra isso começar a se tornar realidade, algumas delas: a TV ainda domina o mercado de comunicação, no Brasil e no mundo (vide Super Bowl), a grande maioria das linhas telefônicas celulares no Brasil são pré-pagas, com acesso a internet lento. A falta de acesso as tecnologias ainda é um abismo na maior parte dos municípios do país, entre muitos outros.

Eu apostaria que o que acontecer é que, cada vez mais a comunicação vai ser segmentada, serão criados nichos, agrupamentos. O formato de comunicação vai depender dessas distribuições, independente se é publicidade, propaganda, branded content, pr, etc

Pra mim, a publicidade continua vivinha da Silva. Cada dia mais instigante e desafiadora.