sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Paradigmas Publicitários - Horário e Produtividade


Recentemente tenho acompanhado algumas discussões sobre os horários dos publicitários. Em geral, a discussão envolve quase sempre os profissionais de criação. Não que os outros departamentos não façam horários alternativos, porém, a questão de virar noite, procrastinar jobs etc está diretamente ligada ao mítico departamento de criação.

Apesar de ter uma opinião formada sobre o assunto, adoro acompanhar os argumentos que cercam o debate, de ambas as partes. Só lamento por não ter muito participação de clientes. Acredito que contribuiriam, e muito, com o olhar de quem está fora do processo.
Pizza, publicidade, café e horários malucos estão totalmente ligados. Criou-se um paradigma: “Não se pode considerar publicitário quem não faz uso de todos esses elementos”. Muitas vezes isso acontece tudo ao mesmo tempo.

Ah, tem também aquela história de que publicitário tem que ser moderninho, andar largado, ser hipster e tudo mais.

Pois bem. Sou planner, pelo menos me acho, e tenho uma visão um pouco diferente disso tudo.
A questão de ficar até mais tarde, não cumprir horário etc está se tornando uma regra nas agências. O fato de alguém ir embora no horário causa estranheza e, às vezes, até soa como falta de comprometimento. Mas me convença: Se eu posso focar no trabalho e entregar tudo no tempo programado, por que diabos tenho que ficar rodando noite?

Tenho até um pensamento que, como planner, tenho que fazer valer o departamento escolhido e me planejar. Se o planner não consegue se planejar, imagino como ele pensa nas campanhas dos clientes. Não digo que não posso, uma vez ou outra por necessidade, ficar até mais tarde. Isso faz parte do jogo, porém a exceção não pode virar regra, o que aconteceu com a criação.

Com relação a horários alternativos, tipo, o cara chega na agência a hora que ele quiser, também divirjo da maioria. Não vejo a criação como processo isolado, e sim, como uma composição. As criações devem ter um olhar de planejamento, devem ser acompanhadas pelo atendimento e devem atender os objetivos da mídia. Como pode o criativo fazer a peça às 4 da manhã, e o atendimento ver somente às 9h? e se houver necessidades de mudança?  

Toda agência deve trabalhar como um time. Pode ser que nas grandes agências o diretor de criação assuma a bronca do resto da equipe e faça essa ponte, porém, essa realidade está longe do nosso modesto interior.
Analiso também, que ninguém consiga produzir bem após 14, 16, 20h de trabalho. O cara morrendo de sono não pode ter um insight legal, um acabamento bonito. Não dá.

Uns culpam os clientes, outros culpam a criatividade, outros a agência, outros o sistema. A questão é se acharmos que tudo é certo, que a profissão exige isso, ficaremos escravos, não conseguiremos ampliar nosso repertório, limitaremos nossa visão. Como poderemos alimentar nosso bem mais precioso, a tal da criatividade?

Estamos num período mágico para as agências. O final do ano é sempre de um volume maior de trampo, de valorização e correria total. Se alguém conseguir me mostrar que preciso pegar mais leve e ficar até tarde, ou apontar algum job que não entreguei talvez eu tope em ficar até as 19h. Fora isso, continuo pegando minha mochila e meu fone de ouvido e vazando as 18h30, religiosamente.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Plágio Digital – é possível controlar?




É indiscutível o papel da internet na nova sociedade e toda a contribuição que ela dá no desenvolvimento pessoal e social das pessoas. As possibilidades infinitas de conexões pessoais proporcionam algo que até bem pouco tempo atrás nem imaginávamos. Quando e como você poderia trocar ideia com pessoas que até então você apenas admirava pela TV? A internet te dá isso.

Outro ponto incrível é a facilidade de encontrar qualquer coisa na web, o mantra “Se não está no Google é porque não existe” é cada dia mais verdadeiro.

Todas essas vantagens também fazem crescer algo preocupante: o plágio digital.

Segundo pesquisa do plagtracker.com até 2014 mais da metade do conteúdo online será plágio.
Essa discussão vem ganhando força nos últimos anos, e principalmente nos últimos meses com o crescimento no número de usuários nas redes sociais.

A bola da vez é a versão abrasileirada do “Gangnan Style”, do sul-coreano Psy, feita pelo Latino. Aliás, o grande Latino é mestre em aproveitar canções de sucesso em outros países para suas versões locais, casos de “Vem Dançar Kuduro”, Festa no Apê, entre outras. Nem vou entrar no mérito das escolhas do cantor. A análise aqui é outra.

Outros casos na internet recentes são relacionados a piadas, vide o caso da Gina Indelicada. As piadas postadas na Fan Page há muito já rolavam na rede. Com a facilidade da propagação da informação, muita gente se aproveita de conteúdos alheios e se autopromove, sem ao menos citar os autores desses conteúdos. Em muitos casos as pessoas nem sabem de onde surgiram, mas usam e replicam o tempo todo. São as facilidades dos Likes, RT’s, Compartilhar etc

Até bem pouco tempo atrás os únicos a ficarem com cabelos em pé eram os professores, frente à avalanche de trabalhos acadêmicos plagiados. Agora, todo mundo tem essa preocupação.

Minha pergunta e tema desse post é: - “É possível controlar o plágio digital”? 
Como não encontrei nenhum post já feito sobre essa afirmação, não vou poder plagiar, ainda, essa resposta. Brincadeira.

 Sendo assim, minha opinião é: não é possível controlar totalmente.

Sinto-me seguro em afirmar isso baseado no simples fato da pirataria. Se para esses casos, que contam com legislação clara de Copyright, não é possível controlar, como vamos fazer isso com as cópias online de conteúdo?

A rapidez e alcance da internet espalham conteúdos e fica quase impossível saber de onde saiu. Recentemente Renato Aragão, nosso grande Didi Mocó Sonrisal Novalgina (...), foi duramente criticado por um filme que ele nem sequer cogitava fazer. Como há muita coisa disponível, as pessoas estão perdendo a atenção. Nem sequer foram checar a veracidade da notícia e já saíram metendo a boca. Depois fica todo mundo com cara de “menino cagado” (desculpe o termo).

A principal dúvida é: “Quem é o autor do conteúdo?”.
Outro exemplo: Luis Fernando Verissimo disse uma vez que mais da metade das citações em seu nome na internet são falsas.


Voltando ao tema principal, uma coisa é certa: “É necessário desenvolver ferramentas e políticas de uso na web para que o plágio seja evitado”.

Um primeiro e simples passo seria as pessoas citarem as fontes, simples assim.

Os próprios usuários devem fazer com que os conteúdos e direitos (de imagem, intelectuais, criativos e por aí vai) sejam respeitados. Não dá pra achar que a criação de leis, regras etc vai acabar, nem ao menos diminuir, essa prática. Deve partir dos próprios usuários. Algo como consciência e caráter. Ao você tem, ou não tem. Não existe meio termo.

Se você pode plagiar, corre o risco de ser plagiado. Depois não vai reclamar.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Olimpíadas - cade sua marca?


Os jogos olímpicos de Londres terminaram e com isso as atenções são voltadas para o nosso Brasil. Faltam apenas 4 anos para sediarmos o mais importante evento esportivo do planeta.
Com isso grandes empresas começam a colocar em prática suas estratégias de visibilidade para o período. Umas compram cotas de patrocínios, outras licenciamento de marca e outras guerrilha. Poucas realmente ignoram.

Isso aconteceu, é claro, há 4 anos atrás, após as olimpíadas de Pequim, na China.

Muitas marcas investiram milhões nessa associação, porém me pergunto, quais delas realmente aproveitaram bem esse investimento? Pense rápido e responda: “- Quais marcas patrocinadoras você se lembra? E quais suas ações?”

Confesso que não fui um espectador assíduo dos jogos, pelo horário, acompanhei a maior parte das disputas pela internet e pelas redes sociais. Entre as poucas ações que me chamaram a atenção destaco o carrinho que ajudava nas provas de atletismo, trazendo de volta martelo, dardos e outros para os arremessadores.

     Foto: site Terra.com.br

Uma ação simples, mas que chamou roubou a atenção e foi destaque em toda mídia que cobria as disputas. Na minha visão, medalha de Ouro para o Mini.

Entre os patrocinadores oficiais estavam Heineken, Adidas, McDonald’s, Sansung, Coca-Cola, Visa, Panasonic, GE, P&G entre outros.

Considero-me público-alvo da maioria das marcas citadas acima, porém, não fui impactado e não me recordo de ações de destaque de nenhuma delas.

Assim como a maioria das modalidades, parece-me que o marketing esportivo ainda não consegue aproveitar o potencial dos jogos. As ações não surpreendem, não geram engajamento e acredito que poucas efetivamente trazem retorno.  Marcas como Nike e Burger King, que não patrocinavam nada tiveram destaque na mídia com ações de emboscada, enquanto que os oficiais se perderam entre tantos.

Quem quiser aproveitar os próximos eventos no Brasil, precisa ter novas ideias, aproveitar a magia do evento, engajar as pessoas, se aproximar do consumidor. Não dá pra achar que o simples fato de comprar uma cota vai ser suficiente.

A oportunidade existe. Basta saber aproveitar.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ideia sem grana é só ideia. Sem cliente grande também é só ideia.





Com o recém encerramento do Cannes Lions, mais uma vez fiquei com a certeza de que grandes ideias sem dinheiro são apenas ideias. Porém, dessa vez tive uma outra sensação adicional: também é necessário ter clientes grandes por traz da campanha. De novo, só a ideia, muitas vezes, não é suficiente para ganhar reconhecimento e prêmios.

Muitas campanhas que levaram Leões (e até Grand Prix) não eram tão novas assim e não tinham ideias tão inovadoras como foram vendidas pelo tradicional festival.

Algumas campanhas, acredito que levaram prêmios pelo fato de serem produzidas por grandes agências para grandes anunciantes. Nada contra as agências que ganharam esses prêmios e tiveram os insights, aliás, sorte e competência delas de terem clientes que acreditam em suas criações.
Falo isso, pois, peças brilhantes de agências menores e clientes menores, ficam de fora da premiação ou levam Leões de menor expressão (se é que dá pra falar isso). Em alguns casos nem chegam nem próximo ao Palais.

Então, como fazer quando se atende contas pequenas, em mercados pequenos?

Toda vez que acredito ter tido uma “ideia foda” logo penso nas impossibilitações e logo a guardo.  Talvez esse seja meu principal defeito profissional atual. Vivo lutando contra esse bloqueio natural.
Mas o pior não é ter ideias e não realizá-las, o pior é ver algo parecido, e anteriormente desacreditado rapidamente, ganhando prêmios e sendo reconhecido.

No auge da minha frustração pensei: “Vou vender minhas ideias que acredito que ganhariam algo em alguns festivais publicitários. Somente assim poderia vê-las concretizadas”. É claro que pra isso alguém grande precisaria acreditar numa Idea de um cara de planejamento do interior, que se acha criativo.

Acredito seriamente que algumas teriam chances reais. “Por mais que me falem que poderia não dar certo, prefiro acreditar que dariam para não me tornar um acomodado previsível”. No dia em que isso acontecer terei perdido a essência que fascina na publicidade.

Essa é a vida (e as frustrações corriqueiras) de um simples Planner do interior. E não me falem que eu deveria ir pros grandes centros e buscar as oportunidades, que prefiro pensar que um dia, mesmo no interior, vou conseguir criar essa oportunidade.

Doce ilusão? Talvez. Mesmo assim continuarei tentando e tendo ideias.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A arte de se fazer entender


As redes sociais permitem uma gama infinita de possibilidades de propagação de informação. E é isso que muitas marcas estão fazendo. Mesmo que não haja presença Web, e às vezes até um planejamento, conteúdos são postados periodicamente.
Isso é muito legal, pois aproximam as marcas do target e geram engajamento.

O que me questiono é quantos estão fazendo isso bem feito.  Essa dúvida é recorrente, pois vejo muita gente falando, falando, falando e nada de ativação.

Uma definição interessante (roubada do twitter de alguém) é: “O twitter é igual a um hospício. Um monte de gente falando sozinho, de vez em quando alguém responde.”

Na verdade essa definição poderia ser usada pra vários perfis de marcas, que literalmente falam sozinhas. Se trocar a palavra “Twitter” por qualquer outra rede social também funciona.

O fato é que as marcas querem falar, mas não estudam o formato de fazer isso. Antes de “falar” é necessário obedecer regrinhas básicas, como, identificar seu target, segmentar, ajustar a linguagem para seu perfil, ouvir etc. Isso não é novidade pra ninguém, ou é?

Também é preciso levar em conta a cultura onde seu target está inserido, seu modo de pensar e agir, seu comportamento e principalmente como querem ser vistos pelos seus amigos.
Falar a língua do target é se fazer entender, é dialogar, é gerar identidade.

“Não adianta falar quando o receptor da mensagem não está pronto para ouvir”.

A maior parte tem usado as redes sociais como broadcast, eles falam e não se importam se você entende.

Outro ponto ignorado é o que as pessoas sentem ao compartilhar um conteúdo gerado pela marca. Na hora de gerar conteúdo, não se deve pensar no que você quer mostrar agora. Pense no compartilhamento, ou seja, o que as pessoas vão querer dizer ao compartilhar aquele conteúdo.

As marcas tendem a falar com fãs e mídia, porém ignoram públicos importantes, como, influenciadores, público-interno, fornecedores e parceiros. Como podemos buscar novos públicos antes de criar comunicação com quem já quer nos ouvir?  Torne-os seu público embaixador da sua marca.

Portanto: qualifique, crie conteúdo segmentado, ative e monitore.

“Não importa o que você diz, importa o que as pessoas entendem.”

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Eventos de Social Media – o que temos além do mais do mesmo?



Nesse próximo final de semana, dias 11 e 12 de maio acontece o Social Media Brasil 2012, evento que reunirá a galera do “Xoxo Media”. Olhando a programação do evento, que novamente será dividido em 2 salas, uma com painéis e outra com palestras, fiquei imaginando o conteúdo de cada painel/palestra, para decidir-me previamente em quais dos ambientes estarei em cada horário. Pois bem, ao olhar alguns temas fiquei pensando: “O que mais os eventos de Social Media  podem oferecer que não seja mais do mesmo?” O texto não é uma crítica ao evento, mas sim uma reflexão sobre eventos de um modo geral.

Encontros desse tipo acontecem aos montes. A cada semana surgem novos anúncios, novas palestras e novos auto-intitulados especialistas que propõe novas palestras. Basta um novo termo e surgem novos “fodásticos” no assunto. Mas deixa isso pra lá. Esse assunto dá outro post.

Fico pensando e questiono a qualidade, não só dos eventos, mas também dos palestrantes e apresentadores. Essas pessoas recebem atenção especial e seus slides tornam-se “statu quo”.
Com a rapidez da propagação das informações nas mídias sociais, muita gente está sendo formada e influenciada por conteúdos mostrados em eventos do tipo.

Agora me pergunto: “- O que esperar dos profissionais baseados apenas em debates e conteúdos disseminados em eventos?”

Muitas discussões nas mídias sociais são rasas, com análises fundamentadas em “achismos” e supostas constatações anteriores.

As mídias sociais nada mais são que relacionamento entre pessoas.  Muitos não entendem a real necessidade de estudar psicologia, sociologia e até mesmo filosofia. Preferem dados “chupados” da web e novas teorias baseadas apenas no comportamento atual.

Vou para o Social Media Brasil com esperança de ver conteúdo interessante, relevante e fundamentado. Espero ainda discussões pertinentes e aprofundamento nos temas. O evento do ano passado apresentou temas interessantes que fizeram valer o investimento e me estimularam a voltar.

Senhores palestrantes, por favor, não apresentem mais do mesmo.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Não me faça pensar

Com o avanço de outras áreas, como TI e Mídias Sociais, e a competição ferrenha por novos talentos, a cada dia está mais escasso esse ser chamado publicitário. Se for talentoso então, é peça de colecionador.

Com isso, as agências estão tendo que formar desde cedo, moldar e direcionar suas jóias a serem lapidadas. Isso está causando um reboliço no mercado. O cara nem saiu do primeiro ano da faculdade e já se acha o “fodástico”. Assim aumenta as idas e vindas de profissionais pelas agências. Não é incomum encontrar jovens de 23, 24 anos que já passaram por 5 ou 6 agências. Os profissionais de gestão de pessoas e RH estão de cabelos em pé buscando soluções para reter esses talentos nas empresas.

Esse cenário de formação inicial tem mostrado uma realidade preocupante: os novos profissionais têm extrema preguiça em pensar.

Steve Krug lançou, em 2006, um livro sobre técnicas de desenvolvimento web que frisa que um bom site não deve fazer o internauta pensar, deve ser intuito e claro, caso contrário esse usuário deixa de navegar pelo site.  Esse processo parece que “viralizou” para o mundo real.

Talvez influenciados pela internet e principalmente pelas mídias sociais, o processo de pensar está ficando em segundo plano.

As coisas estão cada dia mais automáticas e reproduzem um senso de que: “- Pra que vou pensar se já têm outras pessoas para fazer isso por mim?”

Outra forma de perceber isso são as discussões rasas que assolam as conversas, sejam elas offline ou online. Os discursos são prontos e padronizados. Nas mídias sociais é comum ler replicações e compartilhamento de coisas que a pessoa nem compreende, ou o pior, nem tem opinião a respeito, porém acha cool mostrar que comentou determinado assunto.

Bom, mas voltando ao mercado publicitário, os formadores de novos talentos, isso inclui professores, educadores e líderes, precisam estimular o simples ato de pensar. Com ânsia de fazer acontecer, premissas são ignoradas e isso reflete no final do processo. Problemas que poderiam ser resolvidos de forma simples e rápida ganham tamanhos maiores, geram stress e deixa tenso o ambiente de trabalho, simplesmente por não se ter pensado.

Como é possível desenvolver uma campanha criativa e que traga retorno ao cliente se o pensamento já está em qual filtro pode ser utilizado para dar o efeito desejado a foto? Ou então, como é possível desenvolver um planejamento a longo prazo se o foco está na ação imediata?

Ou pensamos a respeito ou veremos uma geração de novos estudantes e profissionais impondo: peça-me qualquer coisa, só não me faça pensar.

E você, o que pensa disso?

segunda-feira, 19 de março de 2012

Só sei que nada sabemos

Como profissionais de comunicação, seja ela propaganda, social media, entretenimento, transmídia etc., buscamos o tempo todo oportunidades para levar nossa marca a mente dos consumidores.  Alguns profissionais se tornam gurus do dia para a noite de uma determinada área que acabou ser criada, porém não vou me aprofundar nisso, pois esse assunto daria mais alguns artigos.
Muitos correm atrás das oportunidades e reclamam quando as mesmas não lhe são oferecidas. Tenho simpatia pelas pessoas que correm atrás de seus sonhos, porém admiro as que criam seus sonhos, ou seja, não correm atrás das oportunidades, eles as criam.
Por que abordei esse tema? Pois recentemente o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou uma pesquisa sobre a chamada “Terceira Idade”. A pesquisa aponta que em apenas 10 anos essa população aumentou cerca de 42%. São mais de 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos no Brasil. Esses dados por si só já surpreendem, porém, o potencial está nos cerca de 250 bilhões de Reais que essa população tem pra gastar.
Estudos apontam que as pessoas estão ficando cada dia mais tempo em casa, o que alguns especialistas classificam como “Vida em Casulos”, porém, os idosos querem passear, se divertir e aproveitar a melhor idade, onde já adquiriram a independência financeira e podem curtir os prazeres da vida.
Os dados de que os idosos estão gastando mais com lazer, turismo e cultura não são novidades. Aí é que está o gap. Se existe demanda, existe oportunidade, por que não aproveitamos esse potencial todo nas redes sociais e na internet?
As famílias brasileiras estão diminuindo a cada dia a população envelhecendo rápido.  A expectativa de vida de uma pessoa que nasceu em 2012 é de 73,5 anos. Ao longo de 3 décadas a expectativa de vida aumentou em dez anos e onze meses.
Uma coisa é perceptível: não estamos preparados para atender esse público. E o pior, temos muitos preconceitos com relação a eles. O simples fato de pensarmos que esse público não está presente no ambiente online já mostra o quanto os subestimamos.
As redes sociais são inteiramente voltadas para jovens e os sites são pensados, estruturados e layoutados para esse mesmo target.  Tem-se uma miopia com a terceira idade.
Nós jovens somos convictos em afirmar que sabemos tudo sobre sociabilidade, porém, temos muito a aprender. Temos muito trabalho pela frente, mas o bom disso tudo é que a oportunidade está aí, batendo à porta, escancara pra todos. Basta enxergá-la. Quem conseguir fazer certamente vai se dar bem.
Depois que a oportunidade passar, não adianta ficar resmungando e reclamando.

Texto originalmente postado no imasters.com.br 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Mídia Social Tradicional

Que as redes sociais estão ganhando espaço no chamado “bolo publicitário” dos grandes anunciantes ninguém pode discordar. Agora, o que podemos questionar é que muito pouco se vê realmente de campanhas pensadas exclusivamente para as redes sociais.

A verba até pode sair dessa fatia e contabilizada para fomento do mercado, porém, isso reflete o que muitos se propõem a fazer?

As campanhas que mais tiveram sucesso nas redes sociais no último ano(prefiro não citar por questões éticas) me pareceram mais derivações de campanhas para mídias tradicionais do que de Social Media propriamente dita.

No meu ponto de vista ficam claros alguns cenários:
- as campanhas para social media ainda são pensadas por mentes voltadas para o tradicional, mesmo que seu planejamento tenha sido feito por jovens hard users.
- os anunciantes e a dependência das agências por determinadas contas influenciam as campanhas pensadas exclusivamente online. Poucos têm coragem de inovar, desafiar e provar para o cliente que suas estratégias dão resultados. Pelo medo de errar, não fazem.
- as agências ainda não conseguem apresentar claramente uma separação entre tradicional x digital.
(Para ser sincero, não concordo muito com o termo “tradicional”, justamente pela visão desse artigo, porém vou usá-lo para que fique mais clara a divisão.)


Parece-me que quando há integração entre meios, quase sempre prevalece o off line, que guia a campanha e o online tem de se adaptar. Há casos até que o pensamento é no online, porém o resultado final depende do off line. Vide algumas campanhas com QR Code. Eles têm a pegada digital, porém sua concepção tem o “pezinho” no tradicional.

Poucas agências podem bater no peito e dizer: “- pensamos exclusivamente em redes sociais (digtal, online, mobile etc) e todas nossas ações são exclusivamente pensadas nesse ambiente.”

Penso que é difícil modificar um formato que vêm dando certo há décadas. Os comerciais no Superbowl falam por si só. Porém, ao se propor entrar nesse mundo misterioso das mídias sociais, móbiles, digitais etc é preciso ver com outros olhos e ouvir com outros ouvidos.

Muito se fala do engajamento e da co-criação de conteúdo. Será que isso realmente está acontecendo? Em grande parte parece que as marcas estão mais preocupadas em moderar seus públicos do que envolvê-los no processo criativo/colaborativo.
As marcas precisam entender de uma vez por todas que as pessoas se engajam por acreditarem no que estão fazendo, a qualquer sinal de manipulação ou quebra de confiança esse engajamento é automaticamente reverso.
Antes de tudo é preciso entender as redes sociais e principalmente as pessoas que fazem as redes sociais. A segmentação é cada dia mais difícil e a pluralidade ainda mais crescente.

Pra mim, a chave da questão está em como os planners e os criativos vão concatenar os pensamentos.

Faço esses questionamentos, mas ainda penso que a divisão entre planejamento online e off line ainda está longe de acontecer. Também não acredito ser o único caminho a seguir, pois, analiso que pontos de vista diferentes podem ser questionadores e fortalecem o resultado final, assim como o não vejo mais possibilidade de separação entre criação e planejamento, seja ele estratégico ou de mídia. Ambos devem ser sinérgicos.

Como já é sabido, o caminho é sem volta. Resta descobrir que saberá tirar melhor proveito das pedras. Há um longo caminho a ser percorrido. Então, pé na estrada, pois já tem muita gente andando. Caindo, levantando, mas sempre andando.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

É possível controlar o poder da propagação das redes sociais?

As redes sociais recebem milhares de campanhas todos os dias, de micro a grandes empresas, em todo canto do mundo, algumas muito bem planejadas e outras nem tanto.
Algumas vezes, campanhas são colocadas no ar sem ao menos a agência e o anunciante esperarem por isso, ao mero acaso.

Um exemplo disso é o mais novo meme #luizaqueestanoCanada. Não vou nem me atrever a explicar o caso, pois quase todo mundo já deve ter visto algo a respeito. Ninguém teria saco para ler, nem a Luiza...

O que mais me chama atenção nesses casos é a proporção que a Internet consegue dar pras coisas. O assunto conseguiu minimizar grandes polêmicas da semana, como a grávida de 4 bebês que não está grávida, o possível abuso sexual no BBB, navio que afunda na Itália e mais um monte  de coisas. Aliás, pouca gente citou que o navio naufragado é o mesmo utilizado pelo Corinthians em seu centenário rsrs. Tá explicado. (não podia deixar passar a oportunidade, desculpa).

Bem, voltando. O que me fez escrever esse texto é a reflexão sobre: é possível controlar totalmente as campanhas online? Elas estão sob controle ou podem ficar maior do que esperamos e colocar nosso planejamento abaixo?

Será que o pai da famosa Luiza esperava ter que trazer a menina de volta por conta do comercial?
O que me parece é que é impossível colocar uma campanha no ar, seja ela online ou offline, sem um planejamento muito rigoroso. Os profissionais de propaganda e de marketing precisam fazer criteriosas análises e suposições, a fim de tentar identificar possíveis gaps nas campanhas ou comunicação. E isso pode acontecer com anunciantes de qualquer tamanho.

O pensamento no planejamento deixou de ser algo único do departamento homônimo e passou a ser algo indispensável em todos os processos da agência, desde o briefing até a execução da campanha.
Não há como separar criação do planejamento, não dá pra fazer veicular sem planejar.

Aquela velha história de que, ah, meu filho fica o dia inteiro no Facebook e no Orkut, ele faz as atualizações pra mim, não dá mais (na verdade isso nunca deu certo). Ou você vai arriscar o patrimônio da sua marca desse jeito?
Acredito que ninguém quer correr esse risco. Nem mesmo a Luiza, que já voltou do Canadá.