sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Os ilusionistas da internet!


Há tempo, magos, gurus, papas e outros termos são usados para descrever fodásticos autores de teorias mirabolantes sobre marketing. Agora isso está acontecendo com a internet e as redes sociais. Basta o cara sair com uma visão nova sobre algum tema velho que é tratado como "o cara". 

Isso tem acontecido e muito com a publicidade digital, principalmente nessas duas plataformas citadas acima. Quantas pessoas que se auto-intitulam experts em facebook, adwords, twitter, SEO... você conhece?
Eu conheço pelo menos umas 15.

O que acho mais engraçado, ou melhor, estranho, é que muito do que se pregava a uns 5 ou 6 anos atrás de para onde as agências deviam ir, simplesmente, como num passe de mágica, foi abafado. Como um truque de ilusionismo os executivos deixaram de analisar o bendito do ROI, outro termo tão eloquente, dito em praticamente todas as apresentações de campanha.

Tenho percebido que a apresentação ROI passou a ser ilusória.
Como questionamento vou usar a tão viralizada campanha dos "Pôneis Malditos", da Nissan.  
Essa campanha ganhou um destaque absurdo nas timelines publicitárias nas últimas semanas. Era pôneis malditos para todos os lados. Diversas paródias foram criadas utilizando o meigo jingle. 
Como não tenho acesso aos dados da campanha, vou fazer minha análise baseada no que pude constatar. Nada científico, apenas "curiosístico".

Fiquei curioso com o ROI que essa campanha iria gerar para a marca e para a agência.

Segundos dados divulgados na rede, a campanha alcançou índices consideráveis de visualização, de retuítes, de links, e muito mais. Apenas o vídeo oficial atingiu mais de 11 milhões de visualizações no Youtube. Um tremendo sucesso, certo? 
Não sei. Depende dos KPIs analisados.

Resolvi fazer uma pesquisa própria, com potenciais compradores da picape da Nissan. Tive uma surpresa com o resultado. Após 2 semanas de tremendo bafafá na internet, perguntei para alguns amigos sobre a campanha e... mais de 65% não tinham visto ou não sabiam do que se tratava a história dos pôneis malditos.
Pensei: "Ué, com todo mundo comentando a campanha, meu Twitter bombando, como pode esses caras não terem visto isso? Ô povo desatualizado das redes sociais"
Opa, pera aí! Será mesmo que o público que tem bala na agulha pra investir R$108 mil, em média, numa Frontier, foi atingido pela campanha? 
Fiquei na dúvida.

Quando vejo apresentações de cases nas diversas palestras, seminários, etc que participo, que o ROI é sempre apresentado através de RTs, clicks, page views, unique visitors, blá blá blá mas não vejo efetivamente o retorno gerado, como, aumento de vendas, aumento de interesse,  market share, etc. 

Não estou questionando o que foi gerado como share of mind, CLTV, etc. Penso apenas na eficácia da campanha para o target do produto.

Os clientes, com razão, têm uma tremenda preocupação de onde seu dinheirinho vai ser investido, porém, se contentam com dados superficiais de retorno sobre o investimento.
Talvez isso aconteça, pois, sempre foi difícil mensurar o que dá ou não resultado. Acostumamos. A zona de conformo é mais segura. Quanto mais ferramentas de mensuração, pior. Fica mais difícil de analisar.
Portanto, pra quem se contenta com isso, bora fazer um abra cadabra e bola pra frente.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ideia - está na hora de termos uma.

Como um leitor de assuntos diversos e nenhuns ao mesmo tempo, tenho perdido algum tempo nos últimos dias pra analisar o que alguns estão vociferando sobre a criatividade publicitária e sobre a ideia.

Pela minha humilde e desavisada percepção, pude concluir alguns fatos que não são novos, porém são verdadeiros.

A ideia pela ideia é + valiosa do que super, mega, blaster produções e cachês milionários para sub, pseudos celebridades.

Recentemente vi uma entrevista com o Eugênio Mohallen, que já até citei num post anterior, que me estimulou a refletir sobre a "Ideia".
Depois, li alguns artigos em blogs. E por último, vi a entrevista do W Olivetto ao programa Roda Viva, da TV Cultura, ao qual gravei e só assisti essa semana.

Com esse material todo de pitacos, pude notar uma coisa: "A ideia é a essência da Propaganda".

Concordo que muitas vezes a ideia pode ser genial, porém, se a execução for ruim a ideia vai por água abaixo. Porém, sem ela, não há execução que dê jeito. 

Olhando as principais revistas semanais e os principais canais de TV aberta, o que vejo, é um monte de propaganda sem nenhuma ideia, com um monte de celebridades (pseudos, sub). Como disse Mohallem "contratar uma celebridade se isentar da responsabilidade da campanha, é ir pelo caminho mais curto" (mais ou menos assim).

Como disse W: "hoje temos Cerebridades x Celebridades"

Aquela história de que as mídias offline estão perdendo a força, muitas vezes, é impulsionada pela falta de grandes ideias ao qual estamos passando.

Pelas inúmeras possibilidades de produção, deixamos de fazer o básico: "ter ideias". Há tempos a propaganda deixou de seduzir. Estamos maquiando um monte de lixo com super produções. 
A cada dia o controle remoto se tornou um inimigo mais poderoso.


Senhores publicitários de egos super inflados, está na hora de termos ideias de como ter novamente grandes ideias.