quarta-feira, 27 de julho de 2011

Cliente - o dono da bola!

Sabe quando você era moleque e aquele seu amigo, o pior do time, era dono da bola e quando não o escolhiam  o danado ameaçava ir embora e levar a bola? Pois é, os clientes também são assim.

Recentemente uma notícia tomou conta dos noticiários do meio publicitário, onde o Festival de Cannes tirou 2 leões conquistados pela Moma, agência Brasileira que ganhou prata em Press e bronze em Outdoor, em campanha para a Kia. O problema aconteceu quando a mesma campanha foi acusada de incentivar a pedofilia.
Se não viu a buzz acompanhe a repercussão do caso:

http://www.canneslions.com/

http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/20010721Cannes-confisca-dois-Le-es-da-Moma.html

http://www.meioemensagem.com.br/home/meio_e_mensagem/brazil_briefing/news/20110722Brazil-ads-prompt-Cannes-to-apply-punishment-rule-for-the-first-time.html


Ainda durante o festival a Kia se posicionou contra a campanha, e alegou não ter aprovado a veiculação das peças, devido a buzz gerado. Isso fez com que o comitê do festival levantasse a dúvida sobre a veiculação da campanha, pré requisito básico para a participação. Logo após o festival, o comitê resolver pedir para que a agência comprovasse a veiculação da peça, o que não aconteceu. Estranho não? Também achei.
A agência é calejada na participação de festivais, e acredito que não daria uma vaza dessas.
A Moma resolveu abrir mão da defesa, ou seja, concordou em perder os leões, e ainda, fez com que os indicados na ficha técnica perdessem o direito de participar do festival nos próximos dois anos.

A princípio, parecia que a agência tinha feito uma campanha fantasma, com objetivo  único e simples de tentar ganhar um leãozinho no famoso festival. Porém, analisando as notícias, a nota divulgada pela Moma (veja link abaixo) e a repercussão no mercado, vi o caso com outros olhos.

http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/moma-se-posiciona-sobre-perda-de-leoes

A agência não quis entrar em atrito com o dono da bola, e resolveu chamar a responsabilidade para si, ficando com a culpa pela história.

Isso me leva a uma reflexão: " - As agências estão reféns dos anunciantes? Para não perder uma conta vale tanto sacrifício? Vale queimar, mesmo que momentaneamente, a marca em favor do faturamento?

Poucos dias após o caso a Moma ganhou a conta nacional da Harley Davidson Brasil. Isso responde minha pergunta? Mostra que a agência podia ter batido o pé, bancado a veiculação em prol do seu nome, já que tem capacidade de sobre da conquistar novos clientes e equilibrar o faturamento novamente?

Na minha simples análise, o dono da bola resolveu levá-la embora, e o resto da molecada ficou chupando o dedo. Nem deu a chace de jogar a bola pelo muro, mesmo sob juras de "se furar a gente paga".

Até a próxima.

terça-feira, 12 de julho de 2011

O paradoxo das redes sociais - cada vez mais evidente.

A cada dia vejo que as redes sociais tornam as pessoas mais controversas. Não importa qual seja, Facebook, Twitter, Google+, Orkut, o confusão está armada.

Vejo muita gente usando o termo "orkutizou" como sinônimo de banalização. Até pouco tempo atrás esta era uma rede extremamente social e sociável. Porém, de um tempo pra cá, parece que ter um perfil no Orkut denigre contra a imagem da pessoa. Há um orgulho coletivo em dizer: "- Orkut? Não, encerrei meu perfil". A vibe, pelo menos até a semana passada, é estar no "Face". Nos últimos dias pessoas correm desesperadamente para conseguir um convite para o badalado Google+, que já alcançou 10 milhões de usuários mesmo com a limitação inicial de convites. Quando antes conseguir mais vip você é. Quem conseguiu esbanja, quem não conseguiu tenta de todas as formas ser incluso na rede.

É aí que entra meu raciocínio. O que a grande maioria das pessoas busca quando entra numa rede social? Na minha visão, as pessoas querem se relacionar, trocar ideias e experiências umas com as outras, mostrar o quão interessante são. O negócio é se tornar popular. Quanto mais seguidores, pessoas no círculo, na comunidade, vendo seu checking, comentando suas fotos, replicando seus posts, melhor.
Mas espera aí! Se o objetivo é ter contatos, ser popular, por que a exclusividade é algo tão desejado?


Sinceramente, acho uma besteira essa história de que o Orkut já não está na moda, que o barato é estar no Face, blá blá blá, principalmente vindo de profissionais de comunicação e marketing.
Para os que analisam os números, o Orkut está longe de perder sua força, pelo menos no Brasil. Uma importante parcela dos internautas passam por ele, e suas comunidades ainda são a melhor maneira de reunir interessados num motivo comum. É uma miopia gigante ignorar essa ferramenta.

Como profissional de planejamento e mídia me vejo obrigado a entender as redes sociais (quanto mais melhor), e principalmente, o ser humano. Alias, qualquer plataforma só funciona quando o foco são os usuários.

As redes sociais são paradoxais. As pessoas querem ter muitos amigos, mas, quanto mais exclusivo melhor.

Vai entender né?

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Quanto mais ferramentas disponíveis, pior.

Sei que o papo é clichê mas a cada dia o volume de informações aumentam e assustam. A cada dia temos mais ferramentas disponíveis para fazer a mesma coisa que fazíamos a anos atrás. Uma questão é: - com esse mundarél de possibilidades estamos fazendo melhor? Estamos aproveitando tudo isso em nosso favor?

O que me levou a escrever esse artigo é que, ultimamente tenho percebido que as pessoas pensam em fazer muitas coisas mas deixam de fazer o básico bem feito, principalmente no que se diz a atendimento do cliente. Sei que esse é um assunto espinhoso, já que cada um julga o atendimento de sua maneira, cada marca tenta tangibilizar do seu jeito.

A internet e mais recentemente as redes sociais possibilitaram uma comunicação de forma nunca vista na história desse pais (desculpa, mas não resisti rs). As marcas tem dado voz ao consumidor, tem tentado se relacionar com ele, etc. Mas e daí? Isso é o mínimo. A quanto tempo você ouve falar em CRM, marketing de relacionamento?
O que mais me assusta é que a grande maioria não consegue fazer, ou então, não dão atenção a isso.
O pior é que, ao invés de fazer uma coisa bem feita, tem feito várias mal feitas ou no máximo "meia-boca", com raras excessões.

Na minha modesta opinião as marcas devem repensar seus conceitos. Se você se propõe a oferecer um relacionamento legítimo com seu cliente, então faça isso bem feito.
Não adianta ter SAC, twitter, facebook e outros. São só plataformas, e as pessoas não se importam com isso. As tecnologias mudam a todo momento, as formas de contato a mesma coisa.

O que eu, e os outros consumidores pretendem é apenas respeito. Esperamos apenas sermos atendidos.

E você, o que acha?
Até a próxima.